quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

O PROBLEMA DA CONTAMINAÇÃO DA ÁGUA JÁ ERA UMA TRAGÉDIA ANUNCIADA HA TEMPOS.




Em muitos dos debates dos quais participei, cujo tema era o saneamento básico, eu sempre falava em inovações que deveriam ser desenvolvidas para a forma pela qual é descartado o esgoto no Rio de Janeiro.

Em muitas dessas apresentações fui visto como um visionário oportunista; as políticas públicas permanecem arcaicas mesmo diante das mudanças drásticas que ocorrem na estrutura social, ninguém quer introduzir mudanças.

Hoje, estamos vivendo o resultado de uma tragédia anunciada há muitos anos, agora tranca-se as portas depois da casa invadida.
O mesmo vem ocorrendo nas políticas públicas de saúde.

Link da notícia abaixo.

https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2020/01/21/projeto-evitaria-crise-da-agua-no-rj-esta-parado-na-cedae-ha-10-anos.ghtml

MOBILIDADE URBANA EM NOVA IGUAÇU.

As retenções de trânsito que são cada vez mais frequentes no centro de Nova Iguaçu não serão resolvidas simplesmente com uma obrinha da noite para o dia, a questão é bem mais complexa do que se imagina.

Há muitos fatores independentes que somados entre si e em diversos locais, geram todo esse transtorno, como por exemplo, locais de pontos de ônibus inadequados, má harmonização no funcionamento de semáforos, pouca especialização de agentes para lidar com os horários de pico, etc..

Quando a Cidade foi criada não previam esse gigantesco número de veículos que temos hoje.

Creio que para que se amenize o problema, algumas medidas precisam ser adotadas, ainda que sejam paliativas.

É necessário que se estude ponto por ponto onde ocorram retenções, nas saídas de bairros, Centro, indo até o fim do trecho da Via Ligth, onde fluxo se torna menor.

Uma dessas medidas, poderia ser a construção de uma passarela ou passagem subterrânea para pedestres na saída da Nilo Peçanha atravessando a Via Ligth, removendo o semáforo e deixando o trânsito livre, e a outra, seria a extinção dos pontos finais de ônibus próximos ao supermercado Guanabara, tranferindo-os para seus bairros.

É claro que a solução não é tão simples assim, mas se não partirmos para uma estratégia inteligente e eficaz, viveremos sempre com esse problema.

Nilo Santana

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

ENTENDA O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM A NOSSA ÁGUA.

No dia 07/01/2020, a CEDAE  publicou uma nota de esclarecimento informando que apesar da aparência, o gosto e o cheiro dá água não oferecia riscos à saúde, alegando que essas características seria a consequência de pequena quantidade de geosmina.

O que é geosmina? Ela é tóxica?
A geosmina é um composto orgânico, formado por carbono, hidrogênio e oxigênio, e é um subproduto do metabolismo de cianobactérias em água. As cianobactérias se alimentam de matéria orgânica, que pelas características da água, tais matérias orgânicas pode ser resíduos de fezes, e esse metabolismo gera a geosmina. Alguns estudos dizem que a geosmina não tem impacto na saúde de quem a consome, mas esses estudos ainda precisam ser ampliados para dar segurança sobre essa toxicidade.


Apesar da aparente inocuidade da geosmina, que eles afirmam, que quando ingeridas em pequenissimas dosagens, ela causa diversas complicações no organismo se ingeridas em quantidades superiores ao que é tolerável e também as mucosas.

Existem outros fatores, várias espécies de cianobactérias são capazes de produzir toxinas, também chamadas de cianotoxinas. As cianotoxinas funcionam como uma proteção contra predação e podem causar danos graves se ingeridas pelos seres humanos.

As cianotoxinas podem ser classificadas de acordo com sua ação em neurotoxinas, hepatotoxinas e dermotoxinas. As neurotoxinas podem causar tremores na pele, respiração ofegante, desequilíbrio e convulsões quando ingeridas. Já as hepatotoxinas afetam o fígado e podem causar o aumento desse órgão e hemorragias que podem levar à morte. Vômitos e diarreia podem ser sinais de ingestão desse tipo de toxina. Por fim, temos as dermotoxinas, que causam irritação em contato com a pele.

Geosmina também é o resultado da presença da actinobacteria Streptomyces coelicolor em algumas micro algas. Streptomyces coelicolor, uma bactéria presente no solo, responsável por aquele cheiro caracteristico de terra molhada, que sentimos quando chove

Se analisarmos por um aspecto extremamente otimista, diríamos até que esse microorganismo seria do bem, já que é utilizado na fabricação de alguns antibióticos, mas infelizmente o que está ocorrendo não é nada otimista.

A referida nota de esclarecimento da CEDAE Poderia ser até um argumento confortante se a presença dessa substância não produzisse males a saúde, dependendo da dosagem ingerida.

Mas ainda há outro fator mais grave, o Rio Guandu, que é de onde vem a água que sai das nossas torneiras depois de passar pelo tratamento e ser distribuída pela CEDAE, antes de entrarem para os reservatórios da Companhia, no seu percurso como rio, recebe águas além do Rio Paraíba, do Rio Ipiranga, do Queimados, Poços, Cabuçu, que são poluídos, também recebe dejetos domésticos e industriais das instalações e casas das proximidades.

Infelizmente só trancam a porta depois da casa invadida; as políticas de saneamento básico estão sendo tratadas como secundárias mas isso pode trazer resultados epidemiológicos trágicos, inclusive com óbitos. Não é por acaso que as cidades da baixada estão classificadas como as piores no resultado de estudo sobre saneamento básico do Rio de Janeiro, e uma das piores é exatamente Nova Iguaçu.

Nilo Santana